sexta-feira, 21 de setembro de 2012

02ª e 03ª Semana - Ano IV / 2º Trimestre - 24/09 a 07/10

Por que eu deveria derramar lágrimas?

Não sou uma pessoa que chora com naturalidade e, em geral, consideram-me forte. Fui educado na Rugby School, uma daquelas famosas escolas "públicas" em que se aprende a filosofia da casca grossa, isto é, não se deve demonstrar qualquer emoção.

Porém, li os evangelhos e descobri neles o registro de que Jesus, nosso Senhor, chorou em público duas vezes: uma por causa da falta de arrependimento da cidade de Jerusalém (Lc 19.41) e outra por causa do sepultamento de Lázaro (Jo 11.35).

Deste modo, se Jesus chorou, seus discípulos presumivelmente poderiam fazê-lo.

Mas por que eu deveria derramar lágrimas? Não estava diante da falta de arrependimento nem da morte. Estaria eu afundado na autocomiseração, sob a perspectiva de uma lenta recuperação? Estaria lamentando minha queda e fratura? Estaria vislumbrando ali o fim do meu ministério? Não, na verdade eu não tive tempo de colocar meus pensamentos em ordem.

Tive uma experiência semelhante de lamento com meu amigo John Wyatt, que é professor de ética e perinatologia no hospital-escola da Universidade de Londres, e que se tornou famoso por defender a inviolabilidade da vida humana em debates públicos sobre aborto e eutanásia.

Quando ele me visitou no hospital, compartilhamos nossas experiências de fragilidade e dependência e ambos chegamos às lágrimas. Eis a forma como ele descreveu essa situação:

"Nos primeiros dias depois da cirurgia, John Stott foi acometido por episódios de desorientação e por distintas e alarmantes alucinações visuais. Além disso, havia a inevitável humilhação de receber os cuidados da enfermagem, e a preocupação com o futuro. Enquanto estávamos no hospital, conversando e compartilhando, lembrei-me da minha própria experiência de doença e caos, alguns anos antes. Lembro-me que estávamos em lágrimas, dominados por um poderoso sentimento comum de vulnerabilidade e debilidade humana. Foi uma experiência dolorosa, mas libertadora".

A seguir a segunda e semelhante experiência, dessa vez com a contribuição de Sheila Moore, minha fisioterapeuta e amiga:

"Foi logo após o retorno para casa, depois de sua convalescença. Stott havia acabado de voltar para descansar em uma cadeira, quando, de repente, estremeceu e suspirou profundamente. Fui ver se ele se sentia mal e percebi que as lágrimas fluíam livremente. Ele estava vivenciando uma arrebatadora liberação de toda a carga emocional e dos desafios dos eventos recentes, que ele havia pacientemente suportado sendo "um paciente". Não há palavras a serem ditas durante uma experiência tão profunda - somente uma empatia e uma confortante mão firme em seu ombro. Pouco a pouco, enquanto a emoção cedia, assegurei a ele que não se tratava de uma experiência incomum em tais circunstâncias, e que as lágrimas são um alívio e uma forma de cura muito valiosa".

Essa experiência completamente "inusitada" aconteceu repentinamente; foi uma surpresa que causou certo choque e dor emocional. Racionalizar tais experiências talvez seja difícil, especialmente para homens, que tendem a vê-las como uma humilhação. Porém, se encaradas com honestidade, podem ser um alívio maravilhoso. É muito valioso encarar aqueles momentos como uma preparação dada por Deus para as mudanças que se encontrariam à frente, e como um presente especial da parte dele.

John Stott [O discípulo Radical]

Seg. 24/09

I João 01 a 03

Ter. 25/09

I João 04 e 05 / II João

Qua. 26/09

III João / Judas

Qui. 27/09

Romanos 01 a 03

Sex. 28/09

Romanos 04 a 06

Sab. 29/09

Romanos 07 a 09

Dom. 30/09

Romanos 10 a 12


Seg. 01/10

Romanos 13 a 16

Ter. 02/10

Marcos 01 a 03

Qua. 03/10

Marcos 04 a 06

Qui. 04/10

Marcos 07 a 09

Sex. 05/10

Marcos 10 a 12

Sab. 06/10

Marcos 13 a 16

Dom. 07/10

Tito 01 a 03

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George Whitefield orava sobre cada linha que lia da Bíblia. George Müller leu a Bíblia 200 vezes e mais da metade fez isso de joelhos, chorando sobre ela. Precisamos nos apaixonar novamente pelas Sagradas Escrituras!